terça-feira, 8 de maio de 2012

MAIS UM AO ENCONTRO DOS “DEUSES”

Eu não sei se já lhes disse que este espaço nunca vai se dedicar a falar sobre a vida das celebridades, muito menos sobre fofocas. Acho que já disse que aqui não interessa saber “quem está comendo quem” e quem teve as suas fotos íntimas divulgadas na net. Também não me interessa destinar o espaço para noticiar fatos dotados de forte emoção de fã, como fazem alguns blogs de conteúdo audiovisual.
Então acho que quem vem me acompanhado desde sempre, já deve ter percebido que aqui não me rasgo em elogios sedosos, pelo contrário, gosto mesmo é de, sem trocadilhos ou duplo sentido, “descer o pau”. Até porque falar mal, principalmente de quem merece é uma delícia.
Diante do meu salutar senso ranheta, aliado ao meu deboche, sarcasmo e ironia, que eu juro que tento me livrar, mas eles me perseguem tal qual um cachorro bobo atrás do dono. Eu quase sempre me recuso a elogiar. Puxar o saco, nem pensar.
Aliás, se dependesse de puxar saco eu morreria a míngua, porque não tenho talento para isso. Acho que tem gente que tem vocação para essas coisas, em descompasso com o seu senso de vergonha. Mas como sempre a gente tem o “rabo preso” em algum aspecto de nosso passado. Eu confesso. Uma vez eu tentei puxar o saco de uma certa pessoa de nome midiático sonoro e não logrei êxito. Função que delego para quem se interessar.
Estou escrevendo tudo isso a fim de preparar o terreno para elogiar um profissional que de fato merece tal reconhecimento. Ele atende pelo nome de Afonso Poyart, diretor e roteirista do filme Dois Coelhos, um dos melhores filmes do nosso cinema nacional dos últimos anos.
O grande trunfo do diretor foi que ele se destinou a fazer um filme com uma linguagem ágil e moderna, nitidamente influenciada nos filmes de Guy Ritchie, Quentin Tarantino e Christopher Nolan. Seu trabalho é um raro caso de maestria, pois, Poyart também cumulou a função de diretor com a de roteirista, “saindo bonito na fita”, já que nem sempre bons diretores são bons roteiristas. Aliás, conto nos dedos algum que tenha se saído bem na segunda função.
Se você não assistiu Dois Coelhos, assim que sair na locadora trate de locá-lo. Pois este filme foi feito para brigar com os filmes de Hollywood em termos de qualidade técnica e história. Acho que seu roteiro deve ser um primor. Ainda não tive acesso a ele, mas o colocaria sem pudor na moldura de um quadro.
Simbolismos a parte, acredito que num futuro nem tão distante, isso que aqui escrevo jamais se constituirá em algo vergonhoso para mim, que de “rabo preso” já estou com a cota cheia. Mas indo ao assunto: Poyart é um diretor da nova geração, na qual eu deposito minhas expectativas no futuro do cinema nacional. É um desses que sabem fazer filme para dar bilheteria e com sua direção inquietante, também acho que não vai se acomodar em fazer qualquer tipo de produção, com vistas tão somente a viver de subsídios públicos.
O resultado da visão do rapaz? O seu filme foi reconhecido em Hollywood, o que lhe tem garantido diversas reuniões com executivos de grades estúdios e como se não bastasse ainda querem fazer uma versão americana do longa.
É por aí garoto. Em um primeiro momento, filme deve ser feito para atrair público e fazer bilheteria e se essa vontade estiver aliada a alta qualidade, o resultado é uma catarse que nuca vai ser usufruída pelos que têm ojeriza ao cinema comercial.
É por esse caminho que os novos profissionais devem trilhar. Embora possam receber algum tipo de rótulo mofado de quem se conforma em fazer cinema para meia dúzia e se sustentar eternamente nas tetas do financiamento público.
Chupa essa escumália!

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