sexta-feira, 2 de março de 2012

O CINEMA DEVE SER ALGO RENTÁVEL

O cinema deve ser algo rentável, acho que ele deve buscar sua auto-suficiência, ou ao menos não depender tanto do Estado para o seu financiamento.
Infelizmente a maior parte das produções do cinema no Brasil não tem pretensões de fazer bilheteria. Nela estão inclusos os filmes autorais e independentes, que necessariamente não são sinônimos de boa qualidade.
Sou a favor de que o Estado fomente a produção audiovisual como um todo, mas seus realizadores devem ter o compromisso de fazerem com que suas produções possam ter retorno de bilheteria.
Aqui no Brasil temos a equivocada ideia de usar como sinônimo de “comercial”, o que é ruim ou de “mal gosto” e já é muito difícil fazer dissociar as duas coisas, apesar de não possuirem qualquer similitude.
É possível fazer com que o cinema possa ser algo de bom gosto e ao mesmo tempo fazê-lo rentável, ou ao menos tentar fazê-lo. Imaginar o contrário é um posicionamento antiquado e conformista, algo que parte de quem, tão somente quer viver de financiamento sem o compromisso com o público ou de formar público.
O cinema vive para o público e deve ir em busca dele. Não é possível imaginar o contrário, porque estaríamos privilegiando “nichos” ou “segmentos”, o que afronta a democracia e o direito de acesso ao lazer e a cultura.
As necessidades da sociedade vão aumentando, e os investimentos públicos infelizmente são desproporcionais a este crescimento. O cinema deve estar preparado para que a sociedade um dia possa questionar a forma de financiamento atual, já que o dinheiro público é utilizado para financiar a produção cinematográfica através das leis de incentivo. Mas a maior parte da produção não se volta para ir ao encontro do grande público. Isto porque a maioria dos filmes autorais é voltada tão somente para festivais e mostras restritas para poucos.
O desafio do cinema é fazer com que seus produtores saiam da zona de conforto do tipo “o Estado tem obrigação de financiar o cinema e pronto” e enveredar para o caminho da sua sustentabilidade, tentando aliar qualidade com perspectivas bilheteria. Acho que “O Palhaço” indicou este caminho, agora é só segui-lo.

Abaixo algumas notas do audiovisual.

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